O texto a seguir é de autoria do doutor em arqueologia Rodrigo Silva.
Se pedissem aos especialistas em Marketing para criar uma imagem mais aceitável de Jesus, creio que alguns que talvez não conheçam a essência do evangelho sugeririam algo parecido com essa imagem.
Revolucionária e empoderada essa versão atualizada seria o tipo de Cristo que faria sucesso numa cultura pop repleta de heróis e vingadores.
Somos a geração dos protestos, da ira, do não levar desaforo pra casa. Temos demanda suficiente para o surgimento de novo tipo de Cristo como esse da figura acima.
Imagino esse Jesus como alguém que não aceita a ofensa dos saduceus, a maldade dos romanos, muito menos a cruz que não lhe pertence.
Note que ele quebra a cruz, dando a entender que não morrerá nela. Também imagino-o fora da cruz, curtindo festas badaladas só para irritar os conservadores fariseus e participando com outros discípulos de um racha de bigas romanas com direito a fugir dos soldados com cara de idiotas, até que Maria Madalena comece a cantar uma música sensual e todos terminam dançando e bebendo até o raiar do dia.
Que Cristo descolado seria!
Pena que por não aceitar a morte injusta que lhe seria imposta, a redenção não se concretizou e por não ser um cordeiro imaculado, submisso à vontade do Pai, ele também não seria digno de presidir o Juízo que dará fim ao pecado porque se associou tanto com ele que esqueceu de derrota-lo.
Por isso, prefiro não mexer em verdades fundamentais, ainda que sejam impopulares hoje em dia. A tradução bíblica pode até ter uma versão revista e corrigida, a Palavra de Deus, não.