A Igreja Metodista na Grã-Bretanha recentemente introduziu um “Guia de Linguagem Inclusiva” com o intuito de orientar os metodistas sobre o uso de termos de gênero, aconselhando a evitar expressões como “marido” e “esposa”. A justificativa é que tais termos podem presumir uma realidade que não reflete a diversidade de experiências vividas por muitas pessoas.
O guia destaca a importância de abordar conversas desafiadoras como cristãos, reconhecendo a possibilidade de excluir inadvertidamente algumas pessoas. Ele enfatiza a necessidade de ouvir com humildade, arrepender-se de linguagem prejudicial e ser consciente ao falar, escrever ou ouvir, seguindo o exemplo do Espírito de Cristo. A orientação será revisada a cada seis meses para garantir sua relevância contínua.
O princípio subjacente é a compreensão de que a criação de Deus é expressa de maneiras infinitamente variadas na vida humana. O guia sugere alternativas sensíveis e inclusivas, como substituir “marido” e “esposa” por termos como “pai”, “companheiro”, “filho” e “cuidador”.
Além disso, o guia encoraja a utilização de uma linguagem que evite o “idadismo”, promova a “linguagem antirracista” ao substituir “raça” por “etnia” e desencoraje qualquer linguagem negativa relacionada ao status de imigração ou habilidades em inglês. Também aborda questões como retórica antissemita, islamofobia e a necessidade de cuidado ao abordar pessoas com deficiências, neurodivergentes e doenças mentais.
A Igreja Metodista destaca a importância de usar uma linguagem inclusiva para pessoas LGBT+, respeitando as escolhas individuais de pronomes. A denominação já aprovou resoluções em 2021, incluindo a bênção de uniões homoafetivas e o reconhecimento de casais que vivem juntos.
Um porta-voz da denominação expressou orgulho no “Guia de Linguagem Inclusiva”, destacando sua utilidade em facilitar conversas sem assumir suposições prejudiciais. Em relação à linguagem de gênero em cerimônias de casamento metodistas, o porta-voz afirmou que os casais discutirão suas preferências com o ministro para garantir que a cerimônia reflita quem são.
Enquanto alguns elogiam a iniciativa, outros, como o padre Calvin Robinson, criticam a orientação, alegando que reflete uma tentativa neomarxista de destruir a Igreja. Ele argumenta que tal abordagem vai contra os princípios cristãos e sugere que é necessário escolher entre abraçar ideologias modernas, mas tóxicas, e seguir a ordem de Deus.
No X Calvin Robinson escreveu:
“Isso não é cristianismo. São teorias críticas: ‘esmagar a heteronormatividade’. Já não basta reconhecer estilos de vida desordenados. Tudo o que é normativo e ordenado deve ser demolido por medo de causar ofensa.”