Cinco aspectos abordados (e não abordados) pelo documento da Igreja Católica sobre bênçãos para casais do mesmo sexo.

Num gesto sem precedentes da Igreja Católica em relação à comunidade LGBTQ, o Dicastério para a Doutrina da Fé do Vaticano aprovou, na segunda-feira, a bênção de casais do mesmo sexo através de um documento intitulado “Fiducia Supplicans” ou “Solicitando Confiança”. O Papa Francisco deu sua aprovação ao documento, formalmente chamado de declaração, indicando sua importância doutrinária e elaborado em consulta com especialistas e teólogos. Contudo, o texto, à semelhança de outros comunicados de Francisco sobre temas onde a doutrina confronta questões da guerra cultural, limita seu aparente progresso ao assegurar que, na essência, nada mudou.

O que fica evidente é que casais gays, bem como aqueles que vivem fora dos padrões tradicionais do casamento na fé católica, agora podem receber a bênção de um padre. No entanto, há ressalvas importantes. Abaixo estão alguns pontos-chave do documento histórico:

A doutrina sobre casamento e homossexualidade permanece inalterada.

O documento reitera em vários pontos que a bênção de casais irregulares ou do mesmo sexo não constitui um casamento e não “legitima nada”. Qualquer oração que possa induzir a confusão nesse sentido é considerada “inadmissível”. O propósito da bênção, conforme o documento, é invocar o Espírito Santo para interceder, auxiliando os indivíduos a viverem com mais fidelidade e graça, não para aprovar a união em si.

O texto também reafirma que o casamento é a “união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta à geração de filhos”. E enfatiza que apenas no casamento as “relações sexuais encontram seu significado natural, adequado e plenamente humano”. A doutrina da Igreja sobre esse ponto permanece inabalável.

As bênçãos do mesmo sexo não devem seguir rituais fixos.

Para evitar confusões entre os fiéis, o departamento doutrinário do Vaticano afirmou que as bênçãos devem ocorrer “espontaneamente”, fora do Livro das Bênçãos, uma coleção de orações litúrgicas para várias ocasiões e pessoas. Além disso, não devem haver orações estabelecidas com o propósito dessas bênçãos, para evitar qualquer associação ritual com o Sacramento do Matrimônio.

A bênção não deve ser parte de uma união civil.

O documento enfatiza que a bênção não pode ser realizada simultaneamente ou em conexão com uma união civil. Em vez disso, sugere que a bênção ocorra em “outros contextos”, como durante uma visita a um santuário, um encontro com um sacerdote, uma oração recitada em grupo ou durante uma peregrinação.

Manter a simplicidade é crucial.

Para garantir que a bênção não se assemelhe a um sacramento, o documento adverte que as bênçãos não devem se tornar um espetáculo e nem ser realizadas com vestimentas, gestos ou palavras próprias de um casamento.

O padre não deve recrutar casais para receber a bênção.

Embora alguns padres possam desejar conceder a bênção a casais homossexuais em suas paróquias, o documento afirma que os próprios casais devem solicitar a bênção. O documento ressalta que não deve haver previsão ou promoção de um ritual específico para a bênção de casais em situação irregular. Ao mesmo tempo, destaca que a Igreja não deve impedir ou proibir sua proximidade às pessoas em todas as situações em que buscam a ajuda de Deus através de uma simples bênção.

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